Está na moda responsabilizar o
sistema de ensino do país ,a educação,
as escolas e os professores de um modo geral, pela falta de mão de obra qualificada que
está atormentando algumas empresas. Esse problema não é exclusividade do
Brasil, outros países inclusive Estados Unidos e China, por exemplo , estão vivenciando as mesmas dificuldades.
Não vejo a escola e nem os
professores como responsáveis pela “baixa qualificação” ou mesmo “falta de
qualificação” da mão de obra, apontada pelo
mercado. Se formos buscar responsáveis, como se isso adiantasse alguma coisa,
diria que a responsabilidade cabe ao governo e veja, não estou me referindo à
Presidente Dilma e sua equipe, mas sim a instituição “Governo”, a qual não foi capaz de prover o país de um sistema
de educação que atendesse as necessidades geradas pelo crescimento econômico e
pela expansão do mercado atual de mão de obra. Por exemplo, quando se começou, no
país, a falar em Petróleo e Gás? Pelo menos 10 anos antes, deveria ter
início o processo de formação dos profissionais necessários a essa
especialidade do mercado! E por que não teve início o processo de formação
dessa mão de obra? É por que não existia e continua não existindo, no país,
uma Política de Ensino Integrada e coordenada
com as expectativas de desenvolvimento e crescimento econômico. As ações de
governo estão voltadas e sempre estiveram para a Escola e não para o ensino e
educação.
Veja por exemplo o Programa Mais Médicos! As comunidades carentes surgiram da noite para o dia? Claro que não! E qual a solução adotada? Importar profissionais de formação duvidosa para remediar a questão que é urgente. Resolve o problema, não, cria outros tantos.
Um profissional de nível superior
ou técnico não é um objeto que formado,
fica disponibilizado nas
prateleiras dos supermercados à espera de um consumidor. Um engenheiro, por
exemplo, leva pelo menos cinco anos para obter a graduação e depois outros
tantos anos para obter uma pós graduação e uma especialidade. Isso também em
outras áreas do conhecimento. A fluência em idioma estrangeiro não se obtém com
um curso de 6 ou 12 meses e qual a universidade tem ,em sua grade curricular ,
durante o período de graduação ,o ensino
de outro idioma? Nem o idioma nativo.
O mercado de mão de obra está
sinalizando necessidades e carências atuais e fazendo cobranças às escolas. Não
tem como ser atendido, pois essa formação levaria pelo menos 2 a 4 anos! É
necessário que sejam identificadas necessidades futuras para que as escolas
possam se preparar para atender essa demanda no tempo previsto. As carências
atuais devem ser atendidas pelas
próprias empresas, treinando e qualificando o seu funcionário.
A política de ensino do
Governo, que hoje prioriza a escola
pública em detrimento da escola privada deveria ter seu foco modificado, ou
seja planejar a direção do crescimento industrial, comercial, tecnológico, etc
do país para levantar as futuras necessidades de mão de obra e a partir daí,
então, elaborar um plano nacional de
educação, considerando não só a escola pública mas principalmente a escola
privada que é responsável pela formação do maior contingente de mão de obra.
Não quero isentar às escolas de
suas responsabilidades, pois elas também têm lá suas mazelas, mas
responsabilizá-las pela distancia entre formação escolar e qualificação profissional, não é possível, não concordo.
Nielsen Freire da Silva
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