segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FALTA DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA: causa ou consequência

Está na moda responsabilizar o sistema de ensino do  país ,a educação, as escolas e os professores de um modo geral,   pela falta de mão de obra qualificada que está atormentando algumas empresas. Esse problema não é exclusividade do Brasil, outros países inclusive Estados Unidos e China, por exemplo , estão vivenciando as mesmas dificuldades.

Não vejo a escola e nem os professores como responsáveis pela “baixa qualificação” ou mesmo “falta de qualificação” da mão de obra,  apontada pelo mercado. Se formos buscar responsáveis, como se isso adiantasse alguma coisa, diria que a responsabilidade cabe ao governo e veja, não estou me referindo à Presidente Dilma e sua equipe, mas sim a instituição “Governo”,  a qual  não foi capaz de prover o país de um sistema de educação que atendesse as necessidades geradas pelo crescimento econômico e pela expansão do mercado atual de mão de obra. Por exemplo, quando se começou, no país,  a falar em Petróleo e  Gás? Pelo menos 10 anos antes, deveria ter início o processo de formação dos profissionais necessários a essa especialidade do mercado! E por que não teve início o processo de formação dessa mão de obra? É por que não existia e continua não existindo,  no  país,  uma Política de Ensino Integrada e coordenada com as expectativas de desenvolvimento e crescimento econômico. As ações de governo estão voltadas e sempre estiveram para a Escola e não para o ensino e educação.

Veja por exemplo o Programa Mais Médicos! As comunidades carentes surgiram da noite para o dia? Claro que não! E qual a solução adotada? Importar profissionais de formação duvidosa para remediar a questão que é urgente. Resolve o problema, não, cria outros tantos. 

Um profissional de nível superior ou técnico não é um objeto que formado,  fica disponibilizado  nas prateleiras dos supermercados à espera de um consumidor. Um engenheiro, por exemplo, leva pelo menos cinco anos para obter a graduação e depois outros tantos anos para obter uma pós graduação e uma especialidade. Isso também em outras áreas do conhecimento. A fluência em idioma estrangeiro não se obtém com um curso de 6 ou 12 meses e qual a universidade tem ,em sua grade curricular , durante o período de graduação  ,o ensino de outro idioma? Nem o idioma nativo.

O mercado de mão de obra está sinalizando necessidades e carências atuais e fazendo cobranças às escolas. Não tem como ser atendido, pois essa formação levaria pelo menos 2 a 4 anos! É necessário que sejam identificadas necessidades futuras para que as escolas possam se preparar para atender essa demanda no tempo previsto. As carências atuais  devem ser atendidas pelas próprias empresas, treinando e qualificando o seu funcionário.

A política de ensino do Governo,  que hoje prioriza a escola pública em detrimento da escola privada deveria ter seu foco modificado, ou seja planejar a direção do crescimento industrial, comercial, tecnológico, etc do país para levantar as futuras necessidades de mão de obra e a partir daí, então,  elaborar um plano nacional de educação, considerando não só a escola pública mas principalmente a escola privada que é responsável pela formação do maior contingente de mão de obra.

Não quero isentar às escolas de suas responsabilidades, pois elas também têm lá suas mazelas, mas responsabilizá-las pela distancia entre  formação escolar e  qualificação profissional,  não é possível, não concordo.


Nielsen Freire da Silva

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